quinta-feira, julho 20, 2006

Apetece-me rasgar a pele e renascer.
Renascer nos teus braços, longe daqui. Onde ninguém nos conhece, nem eu me conheço, nem tu a ti. Assim, tu ensinas-me a viver e eu ensino-te a admirar a pérola que existe dentro de ti.
Dividiriamos o nosso coração em dois e trocariamos, um com o outro, uma parte dele. Tal como se trocam juras de amor.

Quero rasgar a pele e renascer.
Abrir os olhos e sentir-me nova e livre. Abraçar-me a mim mesma e sentir-me confortada. Dizer-me que está tudo bem e acreditar nas minhas palavras.
Secar cada lágrima com um leve sopro de ar, vê-la cristalizar na minha mão e refrescar o meu dia.
Nas tempestades, fechar os olhos e voar, voar... Subir, subir... E só descer quando as nuvens negras passarem.
Ou simplesmente correr até ti. Novamente os teus braços, que são tão diferentes dos meus.
Tão...teus...

Vou rasgar a minha pele e vou cair.
Vou voltar a mim porque o "mim" não quer partir. Porque debaixo da minha pele continuo eu...
Mais frágil, talvez...
Mais sensível, sim.
Mais nua.
Mais eu.

Rasguei a minha pele e caí.
Porque a minha pele rasgou mas os restos permanecem como gotas de orvalho da manhã.
E são cicatrizes mais profundas que a crosta do meu mundo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Renasce, querida amiga!
As cicatrizes nunca desaparecem, por isso faz um esforço e renasce sem medos, sem monstros, sem grandes interrogações. Troca todos esses relâmpagos e trovões por estrelas que são mais bonitas e combinam com a tua sensibilidade.
P.S. Não me parece que sejas frágil ;)
Bjs
Sónia

Marina disse...

Senti no teu texto uma certa inocência e sede de carinho...que ao mesmo tempo se torna em algo maduro demais...Uma vontade de renascer de uma pele vivida e marcada por coisas pelas quais preferia não passar.
Gosto de ti assim. Com a capacidade de olhar para dentro e ainda te surpreenderes sem que alguém tenha que te abrir os olhos.
Gosto-te aos molhos =)