segunda-feira, junho 18, 2007

imagens.
olhas para um fotografia e vês pessoas a sorrir, pessoas que já nem reconheces; são habitantes de tempos passados, tempos idos, mas que continuam sempre a sorrir ali, mesmo que no dia a seguir a esse tenham derramado lágrimas, mesmo que já nem te lembres porque é que essas pessoas se riam assim, felizes.
riam-se e tu olhas e continuam a rir-se, congeladas num rectângulo de papel que resiste a cada ano porque se quer que esse sorriso resista também. esse pequeno papel que os faz manter jovens, manter feliz aquele momento.
não te lembras tu que nesse dia juramos amor eterno, que só não foi eterno porque um de nós partiu e não foste tu, fui eu que parti. olhas para esse rectângulo de papel e a tua garganta quase se fecha de dor porque achas que parti cedo de mais, tinha-te prometido amor eterno. mas eu amo-te, eu amo-te, eu amo-te, eu amo-te, sempre te amarei. e nesse pedaço de papel o teu olhar diz que me amas também e os teus olhos cheios de lágrimas dizem que ainda me amas, mas não percebem porque parti. lembras-te sim do dia em que acordaste com alguém frio do teu lado, face fria, rugas, pele, coração frio. meu amor, disseste tu, meu amor partiste. eu parti meu amor, parti mas estou aqui e lembro-me do dia em que juramos amor eterno, um amor que para mim vai ser eterno porque já não existo a não ser em memórias e no teu olhar, mas é eterno o meu amor.
mesmo que não te lembres do porquê, de como sorriamos, de como riamos, do que nos riamos, sabes que ali nos rimos e ali ficámos. para quem nos vê ali, teremos sempre a mesma idade e o mesmo sorrir.
estaremos sempre naquele instante. estaremos sempre naquele instante.

9 comentários:

sónia disse...

Será essa a magia das fotografias de pessoas que por nós passam? Estar ali sempre naquele instante? Sabes, é por isso que não gosto que me tirem fotografias, como pensam algumas tribos índias, é um bocado da nossa alma que nos é retirado. É o momento que fica naquele bocado de papel falso, porque amanhã ou 1 minuto passsado já não será o momento. O amor partiu, a felicidade já não é, o tempo agrediu e deixou marcas e já nada está assim como nesse momento. Prefiro as fotografias ao vento às nuvens ao sol a seres que desconheço e guardar os que conheço na minha memória. Mesmo que um dia perca a memória não será uma fotografia que me fará reavê-la.
Mais uma vez um belo mergulho na prosa poética da tua escrita.
bj
Sónia

M.D. disse...

eu tou com o msm problema dos trabalhos e exames, mas numa das minhas muitas voltas pelo mundo dos blogs qdo vejo ou leio algo q me xama a atenção tenho q dizer.. e foi o q aconteceu :)

tb adoro fotografia mas a minha maquina n é digital e sai caro.. =S
xatisse..

prometo q vou visitar este espaço mtas mais vezes *

Anónimo disse...

Excelente texto!
Muito obrigada pelo comentário no meu novo espaço! :)
Espero-te por lá mais vezes.
Vou ficar de olho aqui no teu blog!! :D
Beijo,
Sara.

Marina disse...

Apenas tenho uma coisa a dizer: fantástico! Adorei o teu texto Sylvie. Há uma profundidade nas tuas palavras que me fez rever toda a minha vida em fotografias, que me fez pensar no meu futuro e naquilo que fui um dia.

Obrigada por continuares a ser quem és. E obrigada por me deixares apreciar essa tua mudança...mesmo que ao longe.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

está tão perfeito. eu quero conhecer-te.

Anónimo disse...

conheço?

Anónimo disse...

raios sílvia. não me podes deixar com vontade de te conhecer duas vezes. uma não chega? e para quê dois blogues, agora estás como eu?

ó. beijo*

CatarinaSantos disse...

Muito bonito. Essas palavras tocam qualquer pessoa.

Beijos*